Segunda inauguração: despedida da Iéri

Mais uma noite para espíritos livres. Uma nova Ávalon, de magia refinadamente anarquista, fez-se por algumas horas. Guerreiras dos quatro cantos libertários vieram festejar os tempos passado, presente e futuro. A grande jornada continua. O perfume prolongado de jasmim e sândalo nos disseram que em toda viagem de expansão, a contração está presente. Momento de natureza dupla. Como se fossem escritas para o espelho. Iéri esteve conosco, por poucos, mas inesquecíveis dias. Passou por Brasília, hoje segue rumo à Barcelona. Fênix voadora.
Ontem, dia 4 de junho de 2009, festejamos, nos despedimos da Iéri e reafirmamos o compromisso de transformação da vida cotidiana. O dia a dia jamais deixará de ser deliciado como surpresa e aventura, e o elemento caótico sempre será nosso mais precioso tempero. O sonho, a magia, as estrelas, a liberdade, o rum e a fumaça são "um", ao mesmo tempo são "outro", autônomos entre si. Nossa sensibilidade de vagar pelo mundo foi vivificada e sopra onde quer. Ainda somos sagazes o suficiente para tirar o bom gosto, a inteligência, o refinamento, a delicadeza e a força para seguir lutando, da nossa fecunda autonomia sem a autoridade de sacerdotes, de deus, patrão ou pai.
Iéri, que bons ventos sempre a levem e a tragam para nós.
Se me permite uma adaptação herética...
"É belo guardar silêncio juntas
Ainda mais belo sorrir juntas -
Sob a tenda do céu de seda
Encostadas ao musgo de faia
Dar boas risadas com as amigas
O dentes brancos mostrando.
Se fiz bem, vamos manter silêncio;
Se fiz mal - vamos rir então
E fazer sempre pior,
Fazendo pior, rindo mais alto
Até descermos à cova.
Amigas! Assim deve ser? -
Amem! E até mais ver!"
[Nietzsche]
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