"Paisagens" - por Eladio Oduber
Dias atrás, estando no templo em que se encontra tudo aquilo que perpetua a existência humana, enquanto caminhava sobre restos marrons de folhas mortas. Fui surpreendido pelas "ebrietas" da beleza poética. A fábula das cores e formas delirantes. Amarelo/dourados furiosos. Eróticos castanhos/amêndoas.
Tudo o que governa sem reinar, o não domesticável. Aquilo que está "fora" e toma posse do que levamos "dentro".
Acelebração secreta de um mistério. A loucura ritual que traz o castigo a quem violou o segredo, a pena de morte, o desígnio de coisa alada.
A divindade dentro de si. Aquilo que nos ejeta da vida profana, em resumo, o entusiasmo.
A insensatez de quem perde a fé. Admitir a existência da noite aveludada. O "pragma" e a contemplação de mãos dadas, o supremo amor. A suspensão do juízo.
Algum Deus fez estas paisagens para mim... "Eros d'estin eros peri to kalon".

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