Se...
Uma das frases orientais mais célebres e usada em uma infinidade de contextos - até mesmo a série Os Simpsons, já a atilizou - pode ilustrar o que aconteceu ontem em nosso lounge nômade. Vamos lá:
Qual é o som de uma árvore,
que cai no meio de uma floresta,
mas não tem ninguém para ouví-lo?
Enquanto vocês pensam a resposta, farei algumas considerações sobre o filme 'If...'. Um dos maiores filmes da história do cinema. Primeiro por que vai muito além de uma experiência estética. Deve-se ter olhos e ouvidos nada apressados. Deve-se ter força e delicadeza aguçadas. Deve-se estar prestes a celebrar uma insurreição. Depois, por que é um acordar-se ao nascer do sol, totalmente desperto, revigorado! Pois quem ainda se atreve a realizar uma mitopoese para si mesmo/a? A responder três vezes que não se acredita em deuses, idólos e celebridades? E assim, realizar milagres através de seus próprios poderes e forças?!
Esse filme evita a necessidade de um professor - e até mesmo de seu diretor, Lindsay Anderson. Transborda em inspirações e sintomas oníricos. Possíveis, até mesmo, aos espíritos distantes de quem não vivenciou a contracultura dos anos 1960. É caos, nos moldes do pensamento chinês: está cheio de potencial. Como a experiência da água em um vaso que, aos poucos, transborda e, assim, cada gota acha seu caminho, fertiliza a terra e tráz tudo à vida. Mick Traveis (Malcom Mcdowell) encontra seu significado, mas se potencializa ao dançar com o 'super-id' nos porões escuros, porém amplamente visível, de nossa libido.

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