"Existir equivale a um protesto contra a verdade".

Imaginemos um espaço-tempo onde e quando podemos vivenciar a Filosofia enquanto força. Continuemos a imaginar que esta força seja algo do tipo: ação+conflito+evento (mudança). E, nesse espaço-tempo seríamos capazes de pensar sobre e a partir dos temas fundamentais da Filosofia, de seus autores e autoras e, ainda, a partir de suas variadas formas de manifestação no passado e no presente. Estaríamos aí tendo uma experiência dramática dela? Seria, portanto, um teatro clássico, seja ele grego ou japonês, onde há palco, peças, atores e atrizes? Ou, seria um teatro não-clássico, tal qual o sujerido por Antonin Artaud? Pois bem, em nosso percurso imaginativo façamos um experimento de pensamento em ato! Que tal a experiência de uma Filodramaturgia nos seguintes termos?
"Cruor, de onde deriva crudelis (cruel) assim como crudus (cru, não digerido, indigesto) designa a carne escorchada e ensanguentada: ou seja, a coisa mesma privada de seus ornamentos ou acompanhamentos ordinários, no presente caso a pele, e reduzida assim à sua única realidade, tão sangrenta quanto indigesta. Assim a realidade é cruel - e indigesta - a partir do momento em que despojamos de tudo o que não é ela para considerá-la apenas em si-mesma (...). Cioran resume brevemente o mesmo pensamento em um aforismo de A Tentação de Existir, 'Existir equivale a um protesto contra a verdade'." [Clément Rosset em O Princípio da Crueldade]
Tentador? Se sim, duas vezes ao mês teremos essa experiência. O espaço-tempo se mateiraliza no Perfume do Deserto.
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